A redescoberta do cozinhar na quarentena

Um dos assuntos mais procurados na internet é “como fazer pão caseiro”. Pessoas de todos os perfis se entregaram à combinação de farinha, água, fermento e sal nos últimos meses. Depois de tantos meses em isolamento social (que esquisito é escrever isso) tenho notado a redescoberta do cozinhar na quarentena.

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`Se você ainda não fez pão durante o isolamento, tenho certeza que – pelo menos – pensou em fazer. E arrisco dizer, em alguns tópicos o por quê de tantas pessoas se entregaram com afinco a essa jornada:

– cozinhar é uma necessidade diária mas, também, um exercício mental: enquanto preparamos uma receita, ocupamos a nossa mente e nos desligamos do mundo lá fora (algo que é muito importante nos tempos de hoje):

– cozinhar é um aprendizado: ao testarmos um novo prato, desafiamos nossas habilidades e nos sentimos recompensados com aquela experiência, sendo o resultado positivo ou negativo;

– cozinhar é um auto-cuidado: ao planejarmos nossas refeições e escolhermos o que será comprado e preparado ao longo dos dias, zelamos pela nossa saúde e dos nossos, algo que nos traz satisfação.

E por que fazer pão se tornou um hype? Ao meu ver, é uma experiência que resume todos os pontos que levantei no post: um processo manual, que exige algumas horas de atenção da gente, no fim, nos recompensa com a conclusão de uma jornada.

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Levando o papo um pouco adiante, o confinamentou permitiu que várias pessoas se aventurassem na cozinha pela primeira vez na vida. Gente que trabalhava fora e que agora faz a comidinha do dia a dia, incorporando a tarefa na lista de afazeres diários.

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Inclusive, gostaria de pontuar o lado negativo dessa rotina: o cansaço do cozinhar. Porque nem tudo são flores. Tem dias em que um bolo de laranja nos coloca pra cima de um jeito ímpar mas e quando bate a preguiça? E quando a gente não tá a fim de lavar tanta louça? Ou mesmo, não quer fazer nada disso?

Esse artigo do Catraca Livre debate de um jeito interessante essa “não vontade” de cozinhar, um desejo absolutamente normal e comum entre nós. E é preciso respeitar momentos assim. A autora do texto, a nutricionista Marcela Kotait, resume:

Isso não está acontecendo só com você; logo, não é preciso entrar em pânico. Além de repetir o mantra de que “isso vai passar”, é preciso acreditar que esses comportamentos extremos – de “faço tudo feliz e como tudo saudável” até o “não suporto mais minha própria companhia e comerei o que for mais fácil e o que der na telha” na quarentena – são ambos ruins. Devemos tentar trilhar o caminho do meio. Em outras palavras, você não precisa ser perfeito!

O pão, assim como tantas outras refeições essenciais, foi sendo deixada de lado nas últimas décadas, substituída pelos industrializados disponíveis no mercado, facilitando tanto a vida de quem não tem tempo pra nada. Fazer pão, hoje em dia, tem um outro significado. Além de alimentar o corpo, alimenta também a alma de quem se aventura nessa missão.

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