Em meados de novembro de 2017 estive no Peru pela terceira vez. Por mais que você repita um destino, há sempre um outro olhar sobre o mesmo, as experiências são diferentes, as companhias, o seu momento… E dessa vez não foi pra menos. Durante 7 dias, a convite da PromPeru, explorei Lima, Cusco e Trujillo.
Algumas pessoas acompanharam os registros no Instagram (já segue a gente por lá?) mas é claro que eu ia trazer tudo aqui pro Gordelícias, bem esmiuçado. Esse é o primeiro post da série sobre o Peru e espero ajudar muitos viajantes a organizar suas viagens pra lá. Então vem comigo ver como organizar uma viagem para o Peru.
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O que preciso saber sobre o Peru
Primeiramente, vamos falar sobre o país em si. O Peru é um país vizinho ao Brasil, localizado na costa oeste da América do Sul – ou seja, é banhado pelo Oceano Pacífico. Politicamente falando, é uma república presidencialista, dividida em 25 regiões e que enfrenta praticamente os mesmos problemas que a gente, em termos de crises na política e tudo mais. As principais atividades econômicas por lá são agricultura, pesca, exploração mineral e manufatura têxtil (há muitas fábricas por lá, que produzem para grandes marcas como Lacoste e etc). E, claro, não podemos esquecer o turismo, certo?
É impossível falar do Peru e não tocar em dois pontos muito importantes: a geografia e história do país. Vamos falar do primeiro ponto. Segundo informações da Wikipedia:
As montanhas dos Andes e o oceano Pacífico definem as três regiões tradicionalmente usadas ??para descrever o país geograficamente. A costa (litoral) é uma planície estreita, em grande parte árida, exceto por vales criados por rios sazonais. A serra (planalto) é a região da Cordilheira dos Andes, que inclui o planalto Altiplano, bem como o ponto culminante do país, o Huascarán, com 6 768 metros de altitude. A terceira região é a selva (florestas), uma vasta extensão de planícies cobertas pela Floresta Amazônica, que se estende a leste.
Isso quer dizer que numa tacada só você pode explorar toda essa diversidade de biomas, dependendo da sua vontade. O Peru atrai surfistas, aventureiros, arqueólogos, exploradores e, atualmente, apaixonados por gastronomia. A cozinha peruana está tão em alta no mundo, graças a um movimento de resgate às tradições iniciado pelo chef-embaixador Gastón Acurio.
E sobre a história, esse é um prato cheio pra quem ama o assunto. Como boa historiadora e filha de peruano, sempre tive curiosidade pelas civilizações antigase caso você seja da minha “turminha”, se liga nessa info:
Os primeiros indícios da presença humana no território peruano datam de aproximadamente 10 560 a.C. A mais antiga sociedade complexa conhecida no Peru e nas Américas, a Civilização de Caral, floresceu ao longo da costa do Oceano Pacífico entre 3 000 e 1 800 a.C. Estes desenvolvimentos iniciais foram seguidos de culturas arqueológicas, como Cupisnique, Chavín, Paracas, Mochica, Nazca, Huari e Chimu. No século XV, os incas emergiram como um poderoso Estado e, no espaço de um século, formaram o maior império da América pré-colombiana.
Sabendo de tudo isso, podemos seguir para o próximo ponto.
Como organizar uma viagem pro Peru
Visto / Documentos / Moeda
A primeira vez em que visitei o Peru fiquei com mil dúvidas em relação ao clima, a documentos, se precisava de vacina de febre amarela, todas essas coisas. Na época, encontrei todas as informações no site do país, que é atualizado constantemente visto que há muitos viajantes de todo o planeta interessados em conhecer as belezas, história etc. Pois bem, vamos lá.
O Peru é um país de acesso basicamente livre. A maioria dos países da América e Europa Ocidental não necessita visto de turismo para entrar, e o tempo máximo de estadia permitido pelas autoridades é de 183 dias (não é possível prorrogar). Caso você queira permanecer por mais tempo ou tenha outros objetivos, como trabalho, estudos, negócios etc é necessário solicitar com antecedência o visto específico correspondente (nos consulados em cada país/cidade).
Para entrar no Peru, é indispensável a apresentação do passaporte vigente. Os cidadãos da Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Equador, Colômbia, Bolívia, Venezuela e Chile podem entrar com seu documento de identidade nacional. Importante: somente carteira de identidade! Não vale carteira de motorista ou OAB da vida.
PS: se tiver passaporte, leve-o. Na entrada de Machu Picchu há uma surpresa pra você.
El Nuevo Sol (O Novo Sol) (S/.) é a moeda oficial do Peru e vale quase a mesma coisa que o Real porém não aconselho fazer o câmbio aqui no Brasil. Se você tiver dólares guardados, vale mais levar e trocar direto lá. Caso prefira usar o cartão de crédito ou mesmo aqueles “travel money” (cartão que você coloca crédito no Brasil e usa como se fosse um cartão de débito quando viaja), não esqueça que rola IOF (6,38% em cima de cada operação).
Meu conselho: assim que chegar no Peru, procure uma casa de câmbio e pegue dinheiro local. Alguns lugares tipo supermercado e até mesmo restaurantes aceitam dólar mas dependendo da nota eles acabam não tendo troco. Nas praças principais rolam pessoas fazendo o câmbio. Os autorizados pelo governo usam um colete que os identifica e é super seguro mas não arrisquem. As casas de câmbio são mais seguras. Ah, fuja do aeroporto porque é sempre mais caro.
Vacinas
Você não é obrigado a tomar nenhuma vacina específica pra entrar no Peru, mas caso esteja no seu roteiro algum destino na região amazônica, o Ministério da Saúde recomenda que você tome a vacina contra febre amarela. Não esqueça que ela deve ser administrada 10 dias antes do embarque para que tenha efeito.
Voos
Das duas primeiras vezes que fui pro Peru, peguei um voo que sai diretamente do Rio de Janeiro, operado pela Avianca. Ele decola bem cedo do Galeão, por volta das 06h45, o que acaba sendo bom porque você chega no Peru ainda de manhã – o Peru fica a -3h em relação ao horário de Brasília mas dependendo da época do ano rola horário de verão então fiquem ligados nesse detalhe. Você madruga pra partir mas aproveita o dia no destino, também.
Na última viagem, meu voo foi operado pela LATAM, com conexão em Guarulhos. Isso quer dizer que pela LATAM, somente fazendo conexão, caso você não saia de São Paulo. Sugiro uma pesquisa no Google Flights pra saber tarifas e horários. O bacana de usar essa ferramenta é que você pode criar um alerta pra te avisar quando as tarifas pra um determinado destino mudarem (pra mais ou pra menos).
Geralmente quem planeja uma viagem pro Peru inclui Cusco & Machu Picchu. É fundamental que você organize todos os deslocamentos com antecedência, principalmente por conta de Cusco. Os ingressos pro Santurário esgotam logo (há um limite de 5.940 visitantes por dia, em dois turnos), é preciso garantir o trem (que leva de Ollantaytambo para Águas Calientes) e também o deslocamento Lima x Cusco. Falarei dessa parte em outro post porque precisa ser explicado com mais calma. Não precisa se desesperar mas é importante resolver todos os pormenores com alguns meses de antecedência, sim.
De forma resumida, algumas dicas que dou são:
- defina, antes de qualquer coisa, quais são os destinos que você quer conhecer do Peru
- reserve, pelo menos 7 a 9 dias para viajar, caso queira conhecer Cusco & Machu Picchu
- vacina de febre amarela somente se você for pra região amazônica
- prepare-se para os males da altitude caso esteja planejando conhecer Cusco
- não vale a pena trocar moeda peruana direto do Brasil
- melhores meses para viajar: entre abril e novembro
- o clima é ameno em Lima e não chove (normalmente)
- a comida é maravilhosa mas se você não é muito fã de apimentados, todo cuidado é pouco
- brasileiros não precisam de passaporte nem de visto pra entrar
- leve pouca roupa: o limite de bagagem é de 23k (mala despachada)
Sobre hospedagem, vou fazer um post exclusivo sobre o assunto. Acompanhem que em breve tem mais!
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Todas as fotos contidas nesse post são de minha autoria. É proibida a reprodução das mesmas sem autorização.
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3 Comentário
Silvia
Oi Raquel, estou ansiosa pelo post do deslocamento. Pretendo ir para o Peru este ano, mas nao sei em relação ao clima, nao quero pegar nem chuvas nem friaca. Você aconselha algum mês em especial (tipo maio, junho….).
Pretendo fazer Cuzco e Macchu Picchu, sem Lima.
Raquel Arellano
Oi, Silvia!
O clima no Peru é muito peculiar, por conta da geografia do país. Já estive no Peru 3x (maio, outubro e novembro). O clima em Cusco é meio louco, porque em novembro, por exemplo, a previsão era de chuva e simplesmente não caiu uma gota. De dia, faz calor tipo short e camiseta, de noite cai MUITO e faz frio. Quando estive em maio, senti muito frio, papo de 10 graus (nesse nível de friaca).
O que complica mais mesmo é o período de chuva, já que os acessos a vários locais do Vale Sagrado ficam bloqueados (até mesmo Machu Picchu). Vários sites de viagem aconselham entre abril e outubro mesmo.
Raquel Arellano
O post do deslocamento entra em breve! <3