O Gordelícias faz parte de um projeto super bacana, que uma vez por mês sai em busca dos melhores sabores de um determinado prato/alimento no Rio de Janeiro. Pra quem não sabe do que estou falando, apresento a vocês a Confraria Colherada Carioca. O grupo é formado por 5 blogs que falam “bixxxcoito”: Aromas e Sabores, Casa, Coisas e Sabores, Frango com Pequi, Temperaria e “nozes”.
Não participamos da primeira edição pois estávamos fora do Rio – a Confraria saiu em busca do melhor feijão amigo da cidade – mas com a graça do bom Deus, conseguimos visitar 6 restaurantes em busca do melhor bolinho de bacalhau carioquês. Era um sábado de Sol, em pleno feriadão… Tinha como ser melhor? Alguns bolinhos foram acompanhados de chopp (lóóóógico), azeite e pimentinha. As casas visitadas foram:
PLUS: no domingo comi o famoso bolinho do Rei do Bacalhau, aqui da Ilha do Governador. Então, além dos seis que todas nós avaliamos, também vai entrar a nossa opinião sobre o bolinho insulano.
Foi difícil escolher apenas seis restaurantes. Já tínhamos alguns nomes em mente e outros foram coletados em uma pesquisa que realizamos na página. A gente tinha algumas horas para percorrer os seis lugares selecionados, portanto tivemos que restringir. Como precisávamos ser rápidas e objetivas, nem pudemos aproveitar tanto cada restaurante. A missão começou às 11h e foi até mais ou menos 16h. Vem com a gente ver como foi!
Nossa primeira parada foi no Adegão Português. Ouvia todo mundo falar da casa mas nunca tinha comido por lá. Como o restaurante tinha acabado de abrir, não havia filas para comer (a casa costuma lotar nos finais de semana, chegue cedo) e o atendimento foi super rápido. Um dos carros-chefes é o bolinho de bacalhau, vendido por unidade (R$ 5,20).
Os bolinhos vieram quentinhos e crocantes. A massa tem mais bacalhau que batata e o sabor é puxado no alho, extremamente delicioso. Deu tempo até de perguntar pro chef (Sr. Orlando) qual era o segredo do bolinho: bacalhau desfiado na mão, refogado com cebola picadinha, alho, pimenta e ovo.
Localizado na CADEG, o Cantinho das Concertinas atrai quem transita pelo famoso centro de distribuição de alimentos do Rio de Janeiro. O restaurante fica um pouco escondido, assim como muitos que seguem o mesmo estilo.
Sábado é um dia bastante movimentado por lá e falta mesas para que as pessoas comam com tranquilidade. Pedimos alguns bolinhos (vendidos por unidade, R$ 3,50 cada) e saboreamos em uma mesa improvisada, feita com engradados de cerveja. O bolinho é um pouco seco (parece que falta azeite na massa).
Pra quem gosta de muito bacalhau, é prato cheio. Achei um tanto salgado (além da conta). Em geral, é um bolinho pouco gorduroso, que acompanha bem uma cervejinha após a manhã de compras no local.
Da CADEG para o Bar do Adonis foi “um pulo”. Ambos ficam em Benfica, portanto o deslocamento entre os dois foi rápido (de carro, à pé fica um pouco mais complicado, mas é possível caminhar. Estava apreensiva para conhecer o Bar Adonis, que é super elogiado entre a comunidade “botequeira”: o recinto foi premiado diversas vezes e oferece um bolinho espetacular, segundo os conhecedores no assunto.
Vendido por unidade (R$ 3,80), o bolinho do Adonis realmente vale cada centavo. Fritos na hora, tem aquela casquinha crocante por fora e é sequinho. A massa tem mais batata que bacalhau e nesse caso conta muito à favor. Eu poderia ter comido mais alguns bolinhos tranquilamente mas precisávamos seguir em frente. Me aguarde, pois voltarei! 🙂
Tenho muitos amigos tijucanos e volta e meia um deles comentava sobre o bolinho do Rei do Bacalhau. No Rio de Janeiro, há muitos “reis do bacalhau”, aqui na Ilha mesmo tem um. Após provarmos bolinhos muito deliciosos, era a vez de encararmos o tijucano. Em termos de apresentação, estavam passando no teste. Faltava verificar o sabor.
Confesso que fiquei um pouco decepcionada ao provar o tão falado bolinho do Rei tijucano. O sabor do bacalhau não era tão marcante e senti um pouco de gosto de óleo rançoso. Óleo é caro, a gente sabe que nem todo restaurante usa óleo novinho, fresquinho… mas esse já devia estar velho pois dava pra sentir o gosto ruim. Não é um bolinho péssimo mas depois de provar tantos maravilhosos, ficou complicado.
Visualizem a cena: por volta das 15h, próximo à praia de Copacabana em um dia ensolarado. Lógico que o Pavão Azul estava lotado. Pra quem não conhece a história desse lugar, trata-se de um dos mais tradicionais “botecos” do Rio de Janeiro. Não há muitas mesas e quando a casa tá cheia, os clientes se servem em bancos de madeira, improvisados como mesa. Perfeito para apoiar a cerveja de garrafa (que vem super gelada) e algum petisco.
No Pavão Azul são servidas pataniscas (R$ 2,00 cada uma), fritas na hora. Os petiscos vem acompanhados por pimenta da casa (ardida na medida certa) e são bem crocantes. Não me agradou muito a presença de pedaços gigantes de cebola (além de não ser fã de cebola, acho que acaba roubando o sabor do bacalhau). Por conta disso, não curti muito a patanisca mas se você for fã da nossa colega, pode cair dentro.
O último bolinho que provamos no sábado foi o da Adega Pérola, localizado bem próximo ao metrô Siqueira Campos em Copacabana. O restaurante é repleto de antepastos e outros aperitivos portugueses – nossa expectativa em relação ao bolinho era grande. A porção com 12 unidades custa R$ 18,00, porém os bolinhos não são tão generosos em termos de tamanho quanto os demais.
De todos que provamos no sábado, esse foi o que menos gostei. Pra falar a verdade, não gostei nem um pouco desse bolinho. A massa tinha azeitona e os bolinhos vieram encharcados no óleo. Além disso, eles foram empanados em alguma farinha, o que altera toda a textura que um bolinho deve ter. Parecia mais um croquete, sabe? Fiquei frustrada pois a Adega Pérola é uma casa premiada e super famosa pelos seus quitutes portugueses. O bolinho que compramos estava super aquém das demais iguarias… Uma pena.
Como “plus”, provei os tradicionais bolinhos de bacalhau do Rei do Bacalhau da Ilha do Governador, localizado na Praia da Bica. Aqui no bairro há também o Rei do Bolinho de Bacalhau, um restaurante beeem antigo – trago em breve a resenha dos bolinhos de lá. Sou fã dos bolinhos servidos na casa mas aproveitei para experimentá-los com “outro olhar”.
Os bolinhos passaram no padrão de qualidade que estabeleci depois de ter experimentado tantos bolinhos, nos melhores restaurantes. Cada um custa R$ 3,80 e seguem a fórmula batata + bacalhau na medida certa. Fritos na hora, super crocantes. Recomendados!
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De todos os bolinhos que provei, o melhor disparado foi o do Adegão Português. O toque de alho e o equilíbrio entre a batata e o bacalhau conquistaram o meu coração. Além disso, contou pontos o cuidado com o qual fomos atendidas. Mesmo sem saber que se tratava de uma pesquisa, o gerente se preocupava o tempo todo em saber se estávamos gostando da comida. O meu ranking ficaria mais ou menos assim:
1º lugar: Adegão Português
2º lugar: Bar Adonis
3º lugar: Rei do Bacalhau Ilha do Governador
4º lugar: Cantinho das Concertinas
5º lugar: Pavão Azul
6º lugar: Rei do Bacalhau Tijuca
7º lugar: Adega Pérola
OBS: Para saber o endereço e horário de funcionamento de cada restaurante, é só clicar nos links no comecinho do post.
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A próxima missão é muito especial: PANETONES! Daqui a alguns dias o post aparecerá aqui no Gordelícias!
15 Comentário
Tiago Pache
Oi Raquel, adorei o post, mas achei q faltou a casa mais tradicional de frutos do mar do Rio de Janeiro, o Rio Minho que fica ao lado da bolsa de valores do Rio.
Para mim o bolinho de bacalhau deles é talvez melhor do que os que vc testou.
#ficadica
Raquel Arellano
Valeu pela dica, Tiago! A gente acabou não cobrindo nenhuma casa do Centro nesse passeio, aliás nem tinha reparado nisso. Aos poucos vamos inserindo novos lugares e atualizando o ranking. Deve ser bem bom esse bolinho! 🙂
Francisco Cota
Fala Raquel! Deu água na boca, hein! Só faltou 1, o cláaaaassico lá da minha área: Rei do Bacalhau do Encantado. Dispensa comentários! Quando quiser, faço as honras da casa. Beijos! 😉
Raquel Arellano
Faaaala Chico! Hmmmmmm pô se for lá manda foto pra gente sim! Fiquei decepcionada com o Rei do Bacalhau da Tijuca mas os daqui da Ilha são sensacionais!
Aromas e Sabores
Só de olhar já me cansei outra vez de tantos bolinhos!!
bjs
Raquel Arellano
Bolinho de bacalhau nunca é demais! Pra quem gosta, claro! 🙂
Poliana
Como já falaram, o Rei do Bacalhau do Encantado ganha disparado. É simplesmente PERFEITO!
Raquel Arellano
Oi, Poliana! Se ganha disparado eu não sei, já experimentou o bolinho do Adegão Português? Aquilo não é de Deus…
Luiz Vianna
Ops! Pq não atravessaram a ponte??? rsss Já ouviu falar no Caneco Gelado do Mario em Niterói? Tradicionalíssimo em minha cidade! Venha!! Próximo as Barcas e ao Terminal, a opção é Happy Hour, pós trab as sextas.
Raquel Arellano
Tivemos que restringir as visitas ao RJ somente, Luiz. Mas já conhecemos o Caneco Gelado do Mario, é muito bom!
Marco Pereira
Oi! Façam uma matéria sobre o caneco Gelado do Mário, em Niterói que já foi premiado como o melhor bolinho de bacalhau do ESTADO do Rio de Janeiro. Se vc já conhece, sabe que é muuuuito bom! Pq a discriminação com Niterói? Ficou devendo essa matéria, hein!? Abraços!
Raquel Arellano
Oi, Marco!
De jeito nenhum é discriminação com Niterói… Mas como a pesquisa pelo bolinho de bacalhau faz parte do projeto Confraria Colherada Carioca, nos limitamos a percorrer alguns bares e restaurantes da cidade do RJ. Quem dera a gente pudesse ter cruzado a ponte! 🙂
Em breve pinta resenha desse bolinho aqui no blog.
Carol
Ainda aguardo o teste do rei do bolinho de bacalhau… Há anos vou até lá e acho divino… Não só o bolinho mas o pastel de camarão tbm
Raquel Arellano
Tá na lista, Carol!
Terezinha Santos Ferreira
Bom dia,
Os bolinhos de Bacaclhau que foram apresentados realmente são excelentes, mas vboces deveriam provar também o Bolinho de Bacalhau da Tradicional Adega Góes, em Oswaldo Cruz, na Rua João Vicente que são excelentes, há mais de 40 anos mantendo a mesma qualidade. Abraços